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2012 - Livro Vermelho 2013

Luxemburgia ciliatibracteata Sastre EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-02-2014

Criterio: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)

Avaliador: Raquel

Revisor: Luiz Santos

Analista(s) de Dados: Roberta Hering

Analista(s) SIG: Marcelo, Thiago

Especialista(s):


Justificativa

Espécie endêmica do estado de Minas Gerais (Chacon et al., 2013), foi descrita em 1981 a partir de material-tipo originário do Pico do Itambé. Entretanto, atualmente não há registro de novas coletas para essa região, de forma que a distribuição da espécie é restritaà Serra do Cipó (Feres, 2001), sendo encontrada nos municípios de Santana do Riacho, Jaboticatubas, Santa Luzia (Feres, 2001), Serro (Cardoso, 2009), Cardeal Mota e Belo Horizonte (CNCFlora, 2013). Arbusto perene (Cardoso, 2009), ocorre no domínio Cerrado, associado a Campos Rupestres, em altitudes de 60 m a 1.250 m (Feres, 2001; CNCFlora, 2013), apresentando AOO de 40 km² e EOO de 1.594 km². Está sujeita a menos de cinco situações de ameaça, por declínio contínuo de EOO, AOO, qualidade do hábitat e número de situações de ameaça, considerando a ausência de novos registros para área da descrição original em Itambé. A espécie é delicada com menos de 1 m de altura, com ramos quebradiços, sendo sensível ao pisoteio, de forma que a pecuária representa um grande risco para ela no Parque Nacional da Serra do Cipó e entorno (MMA/ICMbio, 2009), além do turismo em trilhas, cujo impacto resulta tanto do pisoteio quanto do uso de veículos como bicicletas, motocicletas e automóveis (Pinto, 2008). Ademais, a presença de espécies invasoras, como Urochloa decumbens, de rápido crescimento e alelopatia, representa uma ameaça importante no Parque (Ribeiro et al., 2005). Assim, há uma necessidade premente de elaborar e implementar um plano de ação para a conservação da espécie e controle das ameaças incidentes.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Luxemburgia ciliatibracteata Sastre;

Família: Ochnaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Bull. Jard. Bot. Natl. Belg. 51(3-4): 401. 1981.

Distribuição

Endêmica do estado de Minas Gerais (Chacon et al., 2013). Apesar do material-tipo ser do Pico do Itambé, as coletas recentes estão restritas aos Campos Rupestres da Serra do Cipó. Encontrada nos municípios de Santana do Riacho e Serro (Cardoso, 2009). Existem registros de coleta para os municípios de Cardeal Mota (F. Feres 9822), Belo Horizonte (A.P. Duarte 11842) e Jaboticatubas (H.F. Leitão Filho et al. 27333).

Ecologia

Arbusto perene, com 50 cm a 1 m de altura, ocorre no Cerrado (Chacon et al., 2013). Apresenta coletas recentes restritas aos Campos Rupestres da Serra do Cipó (Cardoso, 2009). Coletada em altitudes de 60 a 1.250 m (A.P. Duarte 2282; F. Feres 9822 ). Registros de coleta sugerem tratar-se de uma planta heliófila e saxícola (G. Martinelli 6315).

Reprodução

Floresce de outubro a fevereiro e frutifica de dezembro a abril (Cardoso, 2009). Registros de coleta indicam a espécie possui folhas descolores, flores com cálice verde-claro e corola amarela (G. Martinelli 6315).

Ameaças

8.4.2 Named species
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Na região da Serra do Cipó há a presença de espécies invasoras, como Urochloa decumbens Stapf que apresenta rápido crescimento e alelopatia. É amplamente empregada na formação de pastagens, pois resiste bem ao pisoteio pelo gado e forma cobertura contínua, inclusive em terrenos de baixa fertilidade (Ribeiro et al., 2005).

1.3 Tourism & recreation areas
Incidência local
Severidade high
Detalhes Atividades de passeios em trilhas na Serra do Cipó causam impacto nos solos, resultado do pisoteio e do uso de veículos (bicicletas, motocicletas, automóveis, etc), que causam a compactação do solo, aumentando a densidade e resistência à penetração, alterando sua estrutura. Essas atividades também alteram sua estabilidade, acarretam a perda da serrapilheira e do conteúdo de húmus, causam a redução nas taxas de infiltração e o aumento do escoamento hídrico superficial e da erosão (Pinto et al., 2008). De forma geral, a espécie é sensível a pisoteio, se quebrando facilmente (Nicoletti, com. pess.)

7.1.1 Increase in fire frequency/intensity
Incidência regional
Severidade high
Detalhes Na região da Serra do Cipó onde há infestação por braquiária, ocorre uma modificação do regime de incêndios, intensificando-o. Isso e deve tanto pelo rápido acúmulo de biomassa e elevada inflamabilidade das camadas de folhas secas que se acumulam junto ao solo, como pelo fato de bloquear o processo sucessional. O processo sucessional poderia levar a formações de maior complexidade, com retenção de umidade e, portanto, menor susceptibilidade à propagação de incêndios (Ribeiro et al., 2005).

2.3 Livestock farming & ranching
Incidência local
Severidade high
Detalhes A pecuária representa um grande risco para a preservação das áreas do entorno do Parque Nacional da Serra do Cipó (MMA/ICMbio, 2009). A espécie é sensível a pisoteio de gado, quebrando os ramos com facilidade (Nicoletti, com. pess.)

Ações de conservação

1.1 Site/area protection
Situação: on going
Observações: A espécie foi coletada dentro do Parque Nacional da Serra do Cipó (L.S. Kinoshita et al. 385).

Referências

Como citar

CNCFlora. Luxemburgia ciliatibracteata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Luxemburgia ciliatibracteata>. Acesso em .


Última edição por Lucas Moulton em 29/11/2014 - 16:44:00